O jornal da Gazeta mostra com exclusividade a trajetória da talentosa Confeiteira, Brenda Ginez Pâtisserie.
(Jornal Da Gazeta) Brenda, nos conte o que te levou a escolha da carreira de confeiteira?
Em 2020, durante o período de lockdown, decidi como um hobby testar receitas e mergulhar na arte de criar doces, tortas e bolos de todas as formas. Sempre me interessei pela arte de cozinhar e então minha paixão antiga pela cozinha se revelou em novos sabores. Amigos e familiares se deliciavam com minhas inovações, e então, como quem não queria nada, meu marido sugeriu: “E que tal vender brigadeiros?”
Assim, embarcamos nessa jornada. A confecção de brigadeiros começou em nossa minicozinha, tudo acontecia em nosso apartamento de 48m2. O espaço era mínimo, mas a organização era fundamental naquela cozinha, pois sem ela, a demanda não seria atendida. Nossos vizinhos no condomínio foram os primeiros a serem conquistados pelos brigadeiros. Aos poucos, a fama dos brigadeiros foi ganhando forças e um pedido levou ao outro. Nossos clientes começaram a desejar bolos de celebração, e aí, percebi que uma profissionalização era imprescindível. Busquei aprimoramento, fiz cursos, realizei diversos testes de cardápio e, como uma evolução natural, e assim me firmei como confeiteira.
Nessa jornada, não só os ingredientes se transformaram, mas também nosso ambiente. Do apartamento apertado, migramos para um espaço maior, com uma cozinha mais equipada. Hoje, não mais limitada a brigadeiros, mas possuo um cardápio que possui doces, tortas, bolos de festa e até bolos de casamento, para celebrar o amor e eternizar momentos inesquecíveis.
(Jornal Da Gazeta) Qual foi seu maior desafio como profissional?
A Ginez Patisserie tem a proposta de fazer a junção do clássico com o moderno de forma harmônica e marcante. Doces, bolos e sabores clássicos reinterpretados para que não caiam no esquecimento utilizando técnicas que os afastam da mesmice.
Trazer novos sabores é desafiador porque o paladar das pessoas está ‘’viciado’’. Se você frequenta uma confeitaria hoje, quase em 99% das vitrines você encontrará o famigerado ‘Ninho com Nutella’. As pessoas perderam o interesse em provar coisas diferentes com paladar refinado ou até mesmo simples, mas bem feito e que fuja do óbvio. Criar doces e sabores marcantes nesse cenário é um desafio. O que temos feito é nos adaptar. Vendemos o que todos querem, mas também colocamos em nosso cardápio os sabores que acreditamos, e tem feito sucesso!
(Jornal Da Gazeta) Como você avalia o atual cenário da confeitaria no Brasil?
A confeitaria como muitos outros negócios ganhou mais evidência durante a pandemia. O consumo de doces e sobremesas aumentou cerca de 60%. Na minha opinião, isso se deu pelo fato de vídeos e fotos de sobremesas com recheios em excesso. E também pelo nível de estresse e ansiedade gerado nesse tempo, as pessoas procuraram um alívio: doces. O efeito pandemia se manteve, e ainda temos resquícios desse aumento no consumo de doces. Além disso, o brasileiro é festivo, um bolinho sempre vira festa e qualquer coisa é motivo para comemorar!
Temos boas expectativas de crescimento e expansão, desde 2020, quando iniciamos, nossas vendas se mantiveram ou aumentaram, nunca diminuíram.
(Jornal Da Gazeta) Brenda, o que é fundamental para ser uma excelente confeiteira?
A princípio, devemos escolher o produto que queremos vender e ele deve estar alinhado com o que acreditamos, nos interessamos e gostamos de comer. Até porque quando trabalhamos com alimentos nosso paladar precisa ser aguçado para que possamos ser mais rigorosos na análise das texturas, sabores, aromas e estética do que será vendido. Além disso, com certeza, o mais importante é buscar conhecimento sobre ingredientes, bases, técnicas, fazer diversos testes e ter ciência dos processos que envolvem todo ciclo de criação até a entrega do produto ao cliente.
(Jornal Da Gazeta) O que não pode faltar na Ginez Pâtisserie?
A Ginez Pâtisserie existe para entregar aos clientes bolos e doces que além de lindos, sejam saborosos, equilibrados e inesquecíveis. Somos um ateliê que prioriza os sabores, texturas e aromas. Nossos clientes são pessoas que valorizam a celebração de dias especiais. A vida, o aniversário, o amor, o casamento, ou dias que simplesmente são especiais com pessoas que amamos.
Na Ginez Pâtisserie, nossos sabores vão além do paladar, eles marcam os momentos especiais com doçura e emoção, transformando qualquer ocasião em lembranças inesquecíveis.
(Jornal Da Gazeta) Qual receita de família é marcante para você?
Nas celebrações familiares, brilha sempre nosso icônico bolo “Nostalgia”, uma homenagem em forma de sabor. Imagine a maciez da massa branca, umedecida pela receita de calda familiar exclusiva, abraçando pedaços suculentos de abacaxi, enquanto a cocadinha cremosa coroa essa experiência irresistível. Cada garfada é uma jornada ao coração das memórias, onde tradição e sabores dançam em perfeita harmonia.
(Jornal Da Gazeta) Nos conte qual o “segredo” que te levou a alcançar uma carreira de sucesso?
Eu amo fazer doces! Amo comer doces! Por isso, sempre fui criteriosa com os sabores, texturas e aromas. Acho que uma sobremesa precisa ser muito bem construída para que não seja enjoativa e que deixe registrado no paladar e na memória o gostinho de quero mais.
Além do sabor, a estética, a entrega, o atendimento. Todo detalhe importa!
Através do nosso produto, trazemos memória afetiva, marcamos de forma única o dia de uma pessoa. Acredito que nosso segredo seja esse, cuidado com nossos produtos e com nossos clientes.
(Jornal Da Gazeta) E para finalizar, Qual conselho você daria para alguém que está começando hoje em sua área de atuação?
Muitos me perguntam sobre o segredo por trás das minhas delícias, e eu compartilho: não nascemos experts de primeira. Não é um dom instantâneo. O que realmente conta é a bagagem de conhecimento, as repetições e a dedicação. Valorizo muito mais o aprendizado constante e a dedicação do que apenas o talento. Se jogue nos estudos, busque o aprimoramento. Aí sim, verá a transformação acontecer.
Por: Suzi Freitas