O que antes era símbolo de aconchego, rotina e brasilidade agora tem sido deixado de lado nas prateleiras. Quase metade da população afirma ter reduzido o consumo de café nos últimos meses, pressionada pelo forte aumento nos preços. O aroma do café ainda está presente, mas em porções menores e marcas mais baratas.
A alta no preço do café moído ultrapassou os dois dígitos em poucos meses, somando-se à escalada inflacionária que afeta outros itens da cesta básica. Para muitos, manter o hábito tornou-se insustentável. Além da redução no consumo, uma parcela expressiva da população relatou ter mudado de marca, buscando opções mais acessíveis.
O impacto é mais severo entre os brasileiros de menor renda, que têm recorrido a cortes ainda mais profundos: redução nas refeições fora de casa, compras mais enxutas no supermercado e adaptações na dieta diária. Em meio a esse cenário, cresce também a insatisfação com a condução econômica do país, especialmente com relação ao aumento no custo de vida.
O café — outrora simples, democrático e presente em todas as mesas — passa agora a ser tratado como um artigo quase de luxo. Uma mudança silenciosa que revela o peso real da inflação no cotidiano das famílias.
Por: Redação da Gazeta