A Gucci anunciou, no último sábado (28/1), o substituto do estilista Alessandro Michele na direção criativa da grife: o também italiano Sabato De Sarno. Nascido em Nápoles, o designer de 39 anos trabalha desde 2009 na marca Valentino e é de perfil reservado, sendo mais conhecido pelos profissionais internos da moda.
O mês de novembro de 2022 marcou uma ruptura na história recente da Gucci: o fim da “gestão” de Alessandro Michele na marca. Italiano de Roma, o estilista trabalhava na marca desde 2002, mas só foi alçado ao maior posto da criação em 2015.
Ao longo desses sete anos, a Gucci ganhou novo fôlego ao assumir uma estética maximalista e irreverente que nascia da união de diferentes referências de Michele. Justamente por isso, desde sua saída, especulava-se quem aceitaria o desafio de o suceder.
O mistério acabou com o anúncio de Sabato de Sarno. Segundo o comunicado emitido pela Gucci, em conjunto com o conglomerado Kering, que a detém, cabe ao napolitano “definir e expressar a visão criativa da marca nas coleções feminina, masculina, de couro, acessórios e estilo de vida”.
Quem é Sabato De Sarno
O estilista Sabato De Sarno iniciou a carreira na moda em 2005, em uma grife nada irrelevante: a Prada. Passou ainda pela Dolce & Gabbana, mas em 2009 ingressou na Valentino, marca onde trabalhava até agora.
Virou o braço direito de Pierpaolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri na Valentino. Mesmo após a saída da estilista, que comanda a Dior desde 2016, lá permaneceu com Pierpaolo. Foi coordenador de estilo das coleções masculinas até assumir a direção de moda do prêt-à-porter masculino e feminino.
No comunicado oficial, Sabato se mostrou animado com o novo desafio. “Tenho orgulho de ingressar em uma casa com uma história e legado tão extraordinários, e que ao longo do tempo soube acolher e valorizar os valores nos quais acredito”, afirmou.
O peso da Gucci
Até setembro, quando Sabato de Sarno apresentará sua primeira coleção à frente da Gucci, a moda viverá com o suspense qual será o rumo e estética definidos por ele para a grife. O suspense se deve ao fato do designer ser “low profile” e não divulgar nas redes sociais, por exemplo, as suas criações para as marcas em que trabalhou.
Todos os olhos estarão atentos a esse desfile: não apenas o da imprensa e dos fãs, mas principalmente o do grupo Kering. O conglomerado de moda tem a Gucci como a “galinha dos ovos de ouro”, sendo uma das marcas mais rentáveis em seu portfólio.
A Balenciaga e Saint Laurent são algumas dessas marcas. A Gucci, porém, corresponde a cerca de dois terços dos lucros do grupo Kering. Só em 2021, a marca italiana gerou uma receita de 9,7 bilhões de euros.
François-Henri Pinault, presidente e CEO da Kering, se mostrou otimista com a escolha de Sabato De Sarno. “Estamos confiantes de que a Gucci continuará a influenciar a moda e a cultura por meio de produtos e coleções altamente desejáveis”, disse “o chefe”