É ainda a décima alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que começou em março de 2021
Com isso, o juro básico brasileiro atingiu o maior patamar desde fevereiro de 2017, quando a taxa estava em 13%. É ainda a décima alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que começou em março de 2021, com a Selic na mínima histórica de 2%, acumulando 10,75 pontos de ajuste.
“Me impressione”: conquistando o brasileiro com boas experiências do cliente
“O ambiente externo seguiu se deteriorando. As pressões inflacionárias decorrentes da pandemia se intensificaram com problemas de oferta advindos da nova onda de covid-19 na China e da guerra na Ucrânia. A reprecificação da política monetária nos países avançados eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes”, justificou o Copom.
Na última reunião do Copom, em março, o Banco Central já havia sinalizado que, desta vez, a alta seria de um ponto percentual. O objetivo é segurar a inflação, que continua crescendo. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,73%, maior taxa para o mês em 27 anos.
O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, acumula alta de 4,31% no ano e de 12,03% em 12 meses. Economistas acreditam que o ano deve terminar com inflação a 7,89%, mostra o mais recente relatório Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, 3. Acima, portanto, do teto da meta, de 5%.
Semana após semana, o mercado tem revisado para cima a previsão para a inflação deste ano. A projeção é de que a taxa básica encerre 2022 em 13,25% ao ano.
O choque de juros deste ciclo já é o maior desde 1999, quando em meio à crise cambial, o BC aumentou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.
A segunda sessão do colegiado começou a reunião às 14h34 desta quarta-feira, com apresentações e análises de conjuntura econômica. O Copom também iniciou um novo ritual, com mais uma Reunião de Análise de Conjuntura na manhã do segundo dia do comitê.
A avaliação é de que seria mais produtivo interromper as discussões na terça mais cedo e dar um “frescor” aos membros do Copom no “Dia D”, em que o Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) também anunciou um aumento de juros.
Nova Alta
Para a próxima reunião, daqui a 40 dias, o Copom prevê um novo aumento, mas com valor menor. “Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude. O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, diz.
A indicação de um novo aumento para a próxima reunião vem em linha com a expectativa majoritária do mercado. “Apesar de acharmos que poderia encerrar o ciclo nesse momento, uma provável alta de 0,5 ponto percentual em junho tem impacto residual, uma vez que a taxa já está em território bastante contracionista”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter.
Segundo a economista, o comunicado trouxe mais cautela, mas também a consideração de que ainda há muita incerteza no cenário. “A preocupação principal ainda é com as surpresas inflacionárias recentes e como elas têm afetado as expectativas, que ainda não estão ancoradas, pelo menos não para 2023.” Por Da RedaçãoPublicado em 04/05/2022 19:12 | Última atualização em 04/05/2022 19:53Tempo de Leitura: 5 min de leitura.