A Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) enfrenta problemas de circulação nesta quarta-feira, 4, pelo 2° dia consecutivo. Conforme a concessionária ViaMobilidade, empresa privada que cuida do serviço, a circulação de trens opera por via única entre as estações Morumbi e Cidade Universitária devido à manutenção no sistema elétrico. Os ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) atendem o trecho.
A empresa diz que técnicos atuam desde terça, 3, para corrigir a falha, que ocorreu por volta das 14h. O trabalho de manutenção envolve “cinco frentes de trabalho formadas por cerca de 70 colaboradores”, disse, em nota, a ViaMobilidade, que também opera a Linha 8-Diamante.
A ViaMobilidade abriu boletim de ocorrência para investigação de suposto vandalismo na região onde ocorreu a falha. O Bom Dia São Paulo, da TV Globo, exibiu parte do documento, no qual funcionários relatam “pedras estranhas ao sistema (grandes e não britas)” e um “tubo metálico e um cabo de aço”, além de cinco gradis abertos.
“A gente não pode afirmar ainda que foi um ato de vandalismo ainda”, disse Marcio Hannas, presidente da Divisão de Mobilidade da CCR, à Globo. “Esse material que foi encontrado não faz parte do nosso sistema. “A única causa que eu não consigo afirmar é que essa foi a causa do problema.”
O Estadão pediu mais informações à ViaMobilidade, mas a empresa apenas confirmou a abertura do Bo. A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas ainda não obteve retorno.
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Na terça, 3, a Linha 9 também teve problemas por volta das 14 horas e a circulação dos trens entre as estações Morumbi e Villa Lobos – Jaguaré chegou a ficar paralisada por conta da ocorrência operacional. A falha na linha concedida ocorreu no mesmo dia da greve convocada por sindicatos de funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
As categorias cruzaram os braços durante 24 horas em protesto contra o plano de desestatizar serviços operados pelas empresas públicas, uma das bandeiras da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os grevistas descumpriram decisão da Justiça do Trabalho, que previa operação de 100% dos serviços em horários de pico. O abastecimento de água não teve interrupções.
Os sindicalistas alegam que a entrega da operação ao sistema privado pode tornar os serviços mais caros e com pior qualidade. O grupo cita, como argumento, falhas frequentes, como lentidão e descarrilamentos, justamente nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, ambas administradas pela ViaMobilidade.
Os problemas levaram ao aumento de reclamação dos usuários do transporte e até investigação por parte do Ministério Público. A ViaMobilidade, consórcio que assumiu as linhas, tem afirmado fazer obras de melhorias e colocado novos trens em operação.
Tarcísio afirmou nesta terça que não vai abandonar os planos de passar a gestão das linhas para a iniciativa privada e classificou o movimento como “político”. Disse ainda que os projetos de desestatização serão amplamente discutidos com a sociedade.História por Redação • 3h