A exemplo do que já aconteceu em Araçatuba (SP), Criciúma (SC) e Cametá (PA), os moradores de Guarapuava, no Paraná, viveram momentos de terror na noite deste domingo (17) após criminosos fortemente armados invadirem a cidade para assaltar uma transportadora de valores. O grupo atirou contra um batalhão da Polícia Militar, incendiou carros, fez reféns e disparou tiros. Dois policiais foram baleados.
“Quando cheguei em casa, ouvimos barulhos de estouros. Achamos que era um foguete por se tratar da Páscoa, mas depois percebemos que eram tiros”, conta o estudante universitário Henrique, que preferiu não falar o sobrenome e mora perto do batalhão atacado pelos criminosos.
Os ataques aconteceram por volta das 22h de domingo e no início da madrugada os moradores não ouviam mais barulhos de tiros ou explosões. Os criminosos fugiram em direção ao interior do estado. Ainda não há informações oficiais sobre o estado de saúde dos feridos. A polícia também não informou até o momento detalhes sobre a tentativa de assalto.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal do Paraná, o trânsito foi interditado nos kms 353 e 330 da rodovia BR 277 por dois caminhões incendiados pelos criminosos. As interdições estão ligadas aos ataques na cidade.
A atriz Larissa Manoela, 21, nascida em Guarapuava, afirmou nas redes sociais que ficou com o coração apertado ao saber o que aconteceu em sua cidade. “Eu tô com vocês. Família, amigos, se protejam”, disse.
Ações desse tipo acontecem com frequência desde 2018, são realizadas por quadrilhas especializadas e fazem parte do chamado novo cangaço. São invasões de cidades de pequeno e médio porte por criminosos fortemente armados, em grupos de 15 a 30 homens, que chegam durante a noite ou madrugada em comboios de veículos potentes.
Em agosto do ano passado, uma quadrilha fez uma das ações mais agressivas do novo cangaço ao invadir Araçatuba, a 521 km de São Paulo. O grupo explodiu e roubou duas agências bancárias, fez moradores reféns, disparou bombas e ateou fogo em veículos durante a fuga. Três pessoas morreram na ação e outras quatro ficaram feridas.
CRISTINA CAMARGO