O Brasil enfrenta uma crise de saúde mental sem precedentes, com o número de afastamentos do trabalho por transtornos como ansiedade e depressão atingindo recordes históricos. Em 2024, foram registradas mais de 472 mil licenças médicas devido a transtornos mentais, um aumento expressivo em relação aos anos anteriores.
Entre as principais causas desses afastamentos estão os transtornos de ansiedade, responsáveis por mais de 141 mil licenças, seguidos por episódios depressivos, que somam mais de 113 mil casos. Além disso, transtorno depressivo recorrente, transtorno afetivo bipolar e reações ao estresse grave também figuram entre os principais motivos de afastamento dos trabalhadores.
Especialistas apontam que a pandemia de COVID-19 agravou problemas já existentes, contribuindo para o aumento dos casos de ansiedade e depressão. Fatores como isolamento social, insegurança financeira e mudanças no mercado de trabalho intensificaram o estresse e o sofrimento psíquico da população, refletindo diretamente no ambiente corporativo.
O impacto financeiro dessa crise também é significativo. Em 2024, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) gastou bilhões de reais com benefícios para trabalhadores afastados por transtornos mentais. Em média, cada afastamento durou três meses, com um custo médio mensal que sobrecarrega o sistema previdenciário.
Para enfrentar essa situação, o governo atualizou normas trabalhistas para incluir a fiscalização dos riscos psicossociais nas empresas. As novas diretrizes determinam que as companhias adotem medidas preventivas e corretivas para preservar a saúde mental dos funcionários, podendo ser penalizadas caso não cumpram essas exigências.
A crise de saúde mental no Brasil exige uma resposta coordenada entre governo, empresas e sociedade. O bem-estar dos trabalhadores precisa ser tratado como prioridade para evitar que esse cenário se agrave ainda mais nos próximos anos.
Por: Redação da Gazeta