Na tarde de sexta-feira, 8 de novembro de 2024, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Gritzbach, que havia colaborado com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), trazia consigo uma mala contendo joias avaliadas em mais de R$ 1 milhão.
De acordo com o boletim de ocorrência, a bagagem continha 38 itens de alto valor, incluindo anéis, pulseiras, colares e brincos de marcas renomadas como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier. Além das joias, foram encontrados um relógio Rolex, um celular, um notebook da Apple e R$ 620 em dinheiro. As autoridades investigam a origem desses bens e sua possível ligação com atividades ilícitas.
Gritzbach era investigado por envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, estimados em R$ 30 milhões, principalmente por meio da compra e venda de imóveis e postos de gasolina. Em março, ele firmou um acordo de delação premiada com o MP-SP, fornecendo informações que resultaram na prisão de policiais civis suspeitos de corrupção e detalhando operações financeiras da facção criminosa.
No momento do ataque, Gritzbach retornava de Maceió, onde, segundo fontes policiais, teria ido cobrar uma dívida. Ao desembarcar no Terminal 2, foi surpreendido por dois homens que desceram de um veículo preto e dispararam ao menos 29 tiros, atingindo-o dez vezes em diversas partes do corpo. Nenhum dos itens de valor que ele carregava foi roubado, indicando que o crime pode ter sido uma execução planejada.
O ataque também vitimou o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, que foi baleado nas costas e faleceu no dia seguinte. Outras duas pessoas ficaram feridas durante o tiroteio. O corpo de Gritzbach foi enterrado no domingo, 10 de novembro, no Cemitério Parque Morumby, em cerimônia restrita à família.
As investigações estão a cargo do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que apura possíveis motivações relacionadas à delação de Gritzbach e seu envolvimento com o PCC. A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar o caso, dada a gravidade e as circunstâncias do crime ocorrido em área federal.
Este incidente ressalta os riscos enfrentados por colaboradores da justiça em casos envolvendo organizações criminosas e levanta questões sobre a eficácia das medidas de proteção a testemunhas no Brasil.(fonte G1)
Por: Redação da Gazeta