O dólar registrou uma alta de 1,08%, fechando a terça-feira cotado a R$ 6,158, refletindo a crescente preocupação do mercado com o cenário fiscal brasileiro. Mesmo com a intervenção do Banco Central, que realizou um leilão de US$ 1,272 bilhão em moeda estrangeira, a divisa norte-americana chegou a bater o recorde histórico de R$ 6,20 no intradiário.
A recente alta do dólar é atribuída a incertezas sobre o futuro da política fiscal do país, agravadas por anúncios recentes do governo que, segundo analistas, podem pressionar ainda mais as contas públicas. A ausência do presidente Lula nas articulações políticas, devido a uma cirurgia, também aumentou a percepção de fragilidade no avanço de medidas fiscais no Congresso.
Além disso, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) destacou o impacto negativo dessas incertezas sobre os preços dos ativos e as expectativas econômicas. O cenário atual tem levado investidores a buscarem segurança em ativos estrangeiros, resultando em uma valorização do dólar frente ao real.
A pressão cambial e as preocupações com o controle da inflação podem levar o Banco Central a intensificar o aperto monetário. Especialistas já projetam aumentos adicionais na taxa Selic, como forma de conter a inflação e tentar estabilizar a moeda. No entanto, o mercado ainda aguarda medidas concretas que tragam maior confiança aos investidores e reduzam o prêmio de risco do país.
Enquanto isso, a alta do dólar traz reflexos para o consumidor, com aumento nos preços de produtos importados e impacto nos custos de combustíveis e alimentos. A situação reforça a necessidade de maior coordenação entre as políticas fiscal e monetária, em um momento crítico para a economia brasileira.
Por: Redação da Gazeta