A crise de energia elétrica na Grande São Paulo chega ao quarto dia, afetando cerca de 537 mil moradores. Essa situação, que começou após uma forte tempestade na sexta-feira, 11 de outubro, trouxe ventos de até 107,6 km/h, deixando mais de 2,1 milhões de clientes sem luz no auge do apagão. Embora a Enel Distribuição São Paulo tenha restabelecido o fornecimento para parte dos clientes, muitos ainda enfrentam dificuldades, principalmente na capital paulista, onde 354 mil moradores permanecem sem eletricidade. Cidades próximas, como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo, também estão entre as mais atingidas.
Os moradores enfrentam desafios diários, como a necessidade de armazenar medicamentos e alimentos perecíveis. Paulo Afonso Álvares, residente na Lapa, contou que precisou comprar gelo para preservar os remédios de sua cachorra diabética, mas, devido à alta demanda, a procura pelo gelo tem sido difícil. Outros habitantes relatam condições ainda mais críticas, como o caso de pessoas que dependem de aparelhos de oxigênio para sobreviver, cuja situação se agrava a cada dia sem energia.
O apagão também impactou o abastecimento de água em diversas regiões. A Sabesp informou que a falta de eletricidade paralisa equipamentos essenciais para o transporte de água, prejudicando bairros na capital e localidades na região metropolitana. Em São Paulo, por exemplo, áreas como Americanópolis, Capão Redondo e Jardim Peri sofrem com interrupções no fornecimento de água.
A Enel, responsável pelo fornecimento de energia, trouxe equipes de outras regiões para reforçar as operações, mas ainda não anunciou uma data precisa para a completa normalização dos serviços. A resposta da empresa tem sido amplamente criticada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que considera a reação insuficiente. Autoridades locais e moradores estão se mobilizando para pressionar a Enel e avaliar possíveis ações legais devido aos danos sofridos, que incluem desde prejuízos financeiros para o comércio local até riscos à saúde de quem depende de energia para tratamento médico.
Por: Redação da Gazeta