O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, irá prestar depoimento nesta quinta-feira, 31, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. A oitiva de Dias é aguardada por membros da oposição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que devem questionar o militar pela conduta que teve no dia do ataque aos prédios dos Três Poderes. A sessão irá começar às 9 horas, e pode ser acompanhada no link abaixo.
Na noite desta quinta-feira, 30, a base do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu no Congresso Nacional para traçar uma estratégia para as respostas que G. Dias dará aos parlamentares. A reunião não terminou como um consenso dos governistas, que devem seguir uma linha própria nas suas inquirições. Já na oposição, a expectativa é que o discurso dos congressistas esteja alinhado.
A convocação do ex-ministro, que pediu demissão após a divulgação de vídeos de câmeras de segurança onde aparece no Palácio do Planaltodeixando o prédio à mercê dos vândalos que o invadiram no dia 8 de janeiro, é considerado o momento de maior fragilidade para o governo desde que a CPMI começou os seus trabalhos em maio.
Dias entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 28, pedindo a permissão de ficar em silêncio ao ser confrontado com questões que podem incriminá-lo. A aprovação foi concedida pelo relator do pedido, o ministro Cristiano Zanin. A defesa do ex-ministro afirmou que apesar de G. Dias preferir não responder algumas perguntas, ele não deve ficar em silêncio ao longo do seu depoimento.
“E é essa situação que revela a necessidade de que lhe seja garantido, por ocasião de seu depoimento, que o paciente tenha assegurado o direito de responder somente ao que não lhe incriminar, não podendo seu eventual silêncio gerar qualquer advertência de tipificação de crime ou dar ensejo a ameaça de prisão em flagrante. Por óbvio, questões relacionadas à identificação e os fatos indicados no plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos atos de 08 de janeiro, sem o condão de incriminação, devem ser – e serão respondidas”, disse a defesa.
História por Gabriel de Sousa e Weslley Galzo • 6h