
É com muita alegria e gratidão que inicio esta nova jornada como colunista da área gastronômica do Jornal da Gazeta, trazendo à tona o encanto e a magia dos sabores que, mais do que nutrir o corpo, alimentam a alma e resgatam nossas mais doces memórias. Inspirada por tudo o que aprendi e vivi em minhas viagens — sempre com foco na gastronomia como reflexo da cultura de cada região — convido você, leitor, a embarcar comigo nessa jornada onde a culinária e a afetividade se entrelaçam.
Desde a infância, os sabores sempre estiveram ligados aos gestos de amor materno. Quem nunca se aconchegou na cozinha ao som de risadas, enquanto sua mãe ou avó preparava o café da manhã com aquele cuidado e dedicação únicos? O ritual matinal em família, muitas vezes subestimado em sua simplicidade, é, na verdade, um momento poderoso e carregado de afeto. Pesquisas apontam que, em lares onde essa refeição é compartilhada, há um reforço significativo do sentimento de segurança, bem-estar e criação de memórias que acompanham as pessoas por toda a vida.
Em um mundo que se movimenta a passos largos, reservar um instante para o convívio matinal é um convite à pausa e à celebração da vida. As manhãs em família não marcam apenas o início de um novo dia; são verdadeiros rituais de conexão, onde o aroma de um café recém-passado, o calor de uma fatia de pão caseiro e o carinho na preparação dos alimentos se traduzem em gestos de amor. É nesse ambiente, impregnado de afeto, que descobrimos a verdadeira essência da gastronomia: ela é, antes de tudo, uma expressão de sentimentos, um testemunho de histórias passadas e a semente de novos momentos felizes.
A cada domingo, por exemplo, muitas famílias se reúnem em torno da mesa para desfrutar de um café da manhã que vai muito além do simples ato de comer. É um momento de partilha de experiências, de risos e, muitas vezes, de confidências que fortalecem os laços. Estudos revelam que esse convívio matinal contribui para a saúde emocional dos membros da família, promovendo empatia e comunicação aberta. Pequenos gestos, como preparar uma refeição com carinho, demonstram que a alimentação pode ser, de fato, um ato de amor e cuidado.
Nesta coluna, pretendo explorar essa conexão profunda entre culinária e afeto, resgatando tradições, receitas e histórias que nos remetem à infância, aos lares acolhedores e à herança de nossas raízes. Cada receita, cada dica e cada relato serão uma celebração do poder da gastronomia de transformar momentos comuns em experiências memoráveis. Seja através da preparação de um café da manhã especial ou da ressignificação de uma receita ancestral, nosso objetivo é criar um espaço onde o amor e a comida se encontram para nos lembrar de que o verdadeiro sabor da vida está na simplicidade dos gestos e na generosidade dos corações.
Convido você a se juntar a mim nessa aventura pelos sabores do afeto, onde cada prato é uma narrativa e cada ingrediente, uma lembrança. Bem-vindo(a) à nossa nova coluna – um espaço onde a gastronomia se torna poesia e o amor é o tempero principal.
Coluna: Gastronomia Afetiva, com Erica Santiago
Caminho da Fazenda
Site: www.caminhodafazenda.com.br
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