Não importa quem estiver na Casa Branca no ano que vem, uma coisa é certa: a guerra fria entre Estados Unidos e China vai continuar, e será cada vez mais difícil a diplomacia brasileira manter sua posição equidistante.
A necessidade de conter Pequim é um dos poucos temas que unem republicanos e democratas em Washington. Em um ano bastante simbólico, que marca o bicentenário das relações diplomáticas com EUA, no próximo dia 26, e o cinquentenário dos laços com a China (em agosto), não está claro se, daqui para frente, o Brasil conseguirá resistir a pressões para assumir algum dos lados sem enfrentar retaliações.
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Tanto Donald Trump quanto Joe Biden devem aumentar o tom de cobrança para que outros países se afastem de Pequim ou boicotem determinados produtos chineses.
“Trump usa uma retórica mais agressiva e iniciou a guerra comercial, mas Biden a manteve e incorporou mais medidas contra a China”, diz Maurício Santoro, professor de relações internacionais e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha.