O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu nesta segunda-feira, 15, os subsídios via taxa de longo prazo (TLP), citando a reação dos Estados Unidos com subsídios para conter uma ameaça da China. A fala foi feita durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura.
“Os americanos viram que estão ameaçados pela China e estão buscando reagir, fazendo subsídio para transição energética, transição digital, reindustrialização, microprocessadores e atração de indústrias”, destacou Mercadante, acrescentando que a União Europeia tem ido no mesmo sentido.
Leia mais sobre economia
-
BNDES vai lançar linha de financiamento para a indústria exportadora, diz Mercadante
-
Arcabouço: salário mínimo e Bolsa Família ficam fora da regra e votação na Câmara é adiada
-
Transferências de renda e emprego tiram 10,8 milhões de brasileiros da pobreza em 2022, diz FGV
“Subsídio não é jabuticaba. Jabuticaba é a maior taxa de juros do planeta”, afirmou, referindo-se à taxa de juros brasileira, atualmente em 13,75% ao ano e criticada com frequência pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o presidente do BNDES, os subsídios existem em todas as economias do mundo e, “se bem aplicados e no que é prioridade, discutidos com transparência, têm sentido histórico e relevante”.
Mercadante ainda criticou que nos últimos anos o BNDES tenha se tornado um “instrumento parafiscal para tirar recurso da economia e beneficiar o Tesouro”. “Mesmo os neoliberais deveriam parar para ver se esse é o papel de um banco. Virou imposto disfarçado”, avalia.
Dentre as mudanças que defende, Mercadante citou a redução do pagamento de 60% dos recursos em dividendos para o controlador, além das antecipações exigidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Com isso eu descapitalizo o banco. Em novembro do ano passado, tirou R$ 45 bilhões. Nesse primeiro trimestre vimos grande dificuldade de manter o ritmo de financiamento”, disse. “Só não quero transferir esse recurso para o Tesouro na escala em que estamos transferindo.”
Bruna Emy Camargo e Francisco Carlos de Assis – Ontem 23:35