BRASÍLIA – O Banco Central indicou ontem, na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, que o aumento da Selic será maior do que o esperado pelo mercado e que não deve terminar em março. O documento alertou ainda para o risco de uma alta ainda maior da inflação com projetos como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que desonera os combustíveis, em negociação entre governo e Congresso.
Na semana passada, o Copom elevou a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 9,25% para 10,75% ao ano, a oitava alta seguida. Na ocasião, o BC chegou a sinalizar uma redução do ritmo de aperto monetário no seu próximo encontro, em março.
No entanto, o tom mais duro da ata fez disparar uma corrida de revisões pelas instituições financeiras, com a estimativa feita pela maioria dos economistas de uma Selic subindo de 11,75% para 12,25% até maio, quando a perspectiva é de que haja o fim do ciclo de aperto monetário, segundo pesquisa do Projeções Broadcast.
Na ata, o BC apontou, sem citar nenhuma iniciativa específica, que uma redução de impostos sobre combustíveis e energia pode ter efeito contrário ao desejado. “O Comitê nota que, mesmo políticas fiscais que tenham efeitos baixistas sobre a inflação no curto prazo, podem causar (…) aumento das expectativas de inflação”, destacou o BC no documento.
Por: Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos – Há 3 h