Moradores de algumas áreas do litoral norte de São Paulo estão enfrentando desabastecimento de água e dificuldade para encontrar galões à venda. As fortes chuvas que atingem a região desde sábado (18) deixaram um rastro de destruição e mortes. De acordo com a Defesa Civil do estado, 36 mortes foram confirmadas.
No bairro do Jaraguá, em São Sebastião, a proprietária de uma distribuidora de galões de água informou na noite deste domingo (19) que possuía pelo menos 50 unidades no estoque. Já em Ilhabela, no mesmo horário, o dono da única distribuidora aberta relatou que já não possuía mais nenhum galão e não sabia onde seria possível encontrar água potável.
A procura pelos galões está relacionada ao desabastecimento de água em parte do litoral norte. As chuvas deslocaram grande quantidade de lama, pedras e galhos que estariam reduzindo a vazão da água tratada nas estações.
Em nota divulgada no início da noite, o Palácio dos Bandeirantes informou que os técnicos da Sabesp estavam trabalhando para o pronto restabelecimento dos sistemas.
De acordo com a administração estadual, o abastecimento no município de Ilhabela está em processo de regularização. A informação foi reforçada pelo prefeito da cidade.
“O fornecimento de água potável para os bairros abastecidos pela ETA Água Branca começa a retornar ainda hoje se não houver mais chuva nas próximas horas. Para os moradores do Ilhote ao Veloso ainda não há previsão de retorno do serviço de água fornecido pela Sabesp”, disse Antonio Colucci (PL) em nota.
Em São Sebastião e Caraguatatuba, a Sabesp utiliza caminhões-tanque para realizar o abastecimento emergencial de equipamentos públicos até a regularização do sistema e, em Ubatuba, o abastecimento opera parcialmente.
A companhia informou ainda que, além dos caminhões-tanque, entregou 14,4 mil copos de água para auxiliar as famílias do litoral norte e nesta segunda-feira (20) deve entregar mais 14,4 mil unidades em São Sebastião.
Segundo a administração estadual, em menos de 24 horas o acumulado de chuva ultrapassou os 600 mm em alguns pontos do litoral. As áreas mais atingidas estão entre Bertioga (683 mm) e São Sebastião (627 mm). Tais índices pluviométricos são dos maiores já registrados no país em curto período e em situação não decorrente de ciclone tropical.
O índice pluviométrico refere-se à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e período. Nesse cálculo, 1 mm de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado. Assim, no caso em que o volume de chuva registrado é de 600 mm, significa que choveu 600 litros de água para cada metro quadrado.
STEFHANIE PIOVEZAN – Ontem 23:46