Cid Moreira, uma das vozes mais icônicas da televisão brasileira, faleceu aos 97 anos, deixando um legado incomparável no jornalismo e na comunicação do país. Conhecido por sua presença marcante na bancada do *Jornal Nacional*, Cid transformou sua voz grave em um símbolo de credibilidade e confiança, que ecoou nos lares brasileiros por quase três décadas.
Nascido em Taubaté, Cid iniciou sua carreira no rádio nos anos 1940, até se consagrar como o primeiro apresentador do *Jornal Nacional*, em 1969. Durante seus 27 anos no programa, ele esteve à frente de grandes momentos históricos, desde a ditadura militar até as eleições diretas. Sua voz calma e imponente foi testemunha de tragédias, como o acidente aéreo de 1984, que vitimou colegas de televisão, momento em que Cid, pela primeira vez, encerrou o noticiário sem o habitual “boa noite”.
Ao longo dos anos, Cid enfrentou dificuldades pessoais, como a perda de sua filha para as drogas e as disputas judiciais com os filhos, mas sempre manteve sua imagem de profissional íntegro e respeitado. Mesmo após deixar a bancada do *JN* em 1996, continuou ativo, participando de projetos especiais e narrando passagens bíblicas, mostrando seu lado espiritual ao público.
Aos 97 anos, Cid lutava contra complicações nos rins e pneumonia, e passou seus últimos dias ao lado de sua esposa, Fátima Sampaio, que o acompanhou até o fim. Sua partida marca o encerramento de um capítulo importante da televisão brasileira, mas sua voz, carregada de história, permanecerá para sempre gravada na memória coletiva do país.
Cid Moreira não foi apenas um apresentador; ele foi a voz de uma geração, uma presença constante que, em cada noticiário, transmitia mais do que informação, transmitia confiança. Seu legado é imortal.
Por: Jornal da Gazeta