Com entrada gratuita, o projeto idealizado pela Sociedade Paulista de Cultura de Boteco (SPCB), o Festival Cultura de Boteco, vai ocupar os jardins do histórico imóvel no qual funcionou a Hospedaria dos Imigrantes do Brás e que atualmente acomoda um dos museus mais frequentados por paulistanos e turistas.
Em sintonia com esse tema da imigração, os botecos terão alguns itens em seus cardápios que trazem a herança de família e a diversidade de origens. Marcam presença no Festival o Soul Botequim, com as croquetas da vó Juventina, o caldinho de feijão e a panelinha de cogumelos (opção vegana); o Família Kariri, que leva suas especialidades do Nordeste, em especial o baião-de-dois, nas versões tradicional e vegetariana; o Rota do Acarajé, conhecido pela qualidade de seu bolinho de origem afro-brasileira, montado no prato com vatapá, camarão seco e saladinha.
O Hilda Botequim, especialista em receitas regionais, caso do seu sanduíche de lagarto; o Carlinhos Restaurante, comandado pela família Yaroussalian, de ascendência armênia, com seus arais de carne e de queijo com zaatar e mini enrolado de kafta; o Fôrno, que leva suas coxinhas de pastrami com grana padano; o Dr. Costela, que oferece seu sanduíche especial de costela artesanal; a Linguiçaria Real Bragança, comandada pela charcuteira Patricia Polato, da décima geração de uma família produtora de linguiças artesanais à moda italiana; o Mortadela Brasil, com seus tradicionais sanduíches de mortadela e itens da tradição portuguesa, entre os quais o sanduíche de pernil e o bolinho de bacalhau; e, por fim, o Consulado Mineiro, que apresenta seus pratoscom o sabor de Minas Gerais, como a galinhada e o pastéis de angu com queijo.
Atrações para toda a família
Em sintonia com o tema migratório, a programação musical foi pensada para celebrar a diversidade cultural, com artistas de diversas origens e diferentes referências musicais.
No sábado, às 14h, sobe ao palco Victoria Saavedra, cantora e compositora colombiana radicada no Brasil, que apresenta músicas dos seus discos Peripécias (2022) e Remanso entre Raízes (2017). São ritmos latino-americanos como a champeta, o porro chocoano e a cumbia, e brasileiro, como a MPB e o ijexá.
Às 16h30, uma dupla que é referência em música do Norte brasileiro: Felipe Cordeiro convida seu pai, Manoel Cordeiro, para um show com muita guitarrada, tecnobrega e cumbia. Felipe é considerado pioneiro na fusão de estilos populares paraenses com a vanguarda pop, e tem uma história repleta de participações com grandes nomes, como Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Foguinho e Psirico. Já Manoel é músico, compositor e produtor musical, e gravou mais de 800 discos de artistas de diferentes estilos, em especial com os da Amazônia. Em 2015, lançou o seu primeiro disco solo Manoel Cordeiro e a Sonora Amazônia, apresentando sua leitura dos gêneros musicais lambada, zouk, merengue, cassicó e bachata, que o tornaram popular no Norte e Nordeste.
Abrindo o evento e intercalando os shows, se apresenta o DJ Jef Rodriguez, que também é MC, discotecário e pesquisador musical. Vindo diretamente da Bahia, apresenta repertório inspirado no hip-hop, com referências de afrobeat, samba e música jamaicana, além do Spiritual, gênero musical de resistência oriundo dos negros escravizados nos Estados Unidos, que deu o nome do seu último EP lançado.
O segundo dia de festival segue com a apresentação da Roberta e o Bando de Lá, marcado para as 14h. Roberta Oliveira é cantora, produtora e um dos grandes nomes do samba em São Paulo – é a idealizadora de várias rodas de samba da cidade, como Samburbano, na Santa Cecilia, e a Roda de Moça, na zona sul. Junto do grupo Bando de Lá, já dividiu o palco com grandes nomes de diferentes segmentos musicais, além da participação do bloco Breg’s Nice ao lado de Sidney Magal e Gretchen por sete anos seguidos. Às 16h30 é a vez de Siba, com participação de Alessandra Leão, ambos pernambucanos. Cantor e compositor recifense conhecido por participar da banda Mestre Ambrósio, Siba se apresenta junto de seu quarteto, trafegando pela cultura popular pernambucana e mostrando seu repertório da nova geração do maracatu e dos cirandeiros. A convidada Alessandra Leão é cantora, compositora e percussionista, tem nove discos lançados, dos quais foi indicada a prêmios como o Grammy Latino, o Prêmio da Música Brasileira e ao WME, e recebeu o Prêmio Grão de Música.CNN