O Papa numa foto de arquivo – Oliver Weiken/dpa© Fornecido por News 360
Francisco recordou que todos devem poder usufruir do desenvolvimento humano e da solidariedade, e que, portanto, devemos “estar vigilantes” para que “a utilização discriminatória destes instrumentos não se enraíze à custa dos mais frágeis e à custa dos excluídos”. Pediu que a ética estivesse “cada vez mais presente não só no debate público, mas também no desenvolvimento de soluções técnicas”.
“Estou contente por saber – disse o Pontífice no seu discurso – que também quer envolver as outras grandes religiões do mundo e os homens e mulheres de boa vontade para que a ética, ou seja, a reflexão ética sobre o uso de algoritmos, esteja cada vez mais presente não só no debate público, mas também no desenvolvimento de soluções técnicas”.
A Santa Sé tem vindo a trabalhar há muito tempo para aumentar a sensibilização para os desafios colocados pela Inteligência Artificial. Em Abril de 2020 criou a “RenAIssance Foundation”, uma entidade no âmbito da Pontifícia Academia para a Vida para trabalhar neste campo.
No evento de terça-feira, o Padre Paolo Benanti, professor de Ética das Tecnologias na Pontifícia Universidade Gregoriana e director científico da RenAIssance, fez uma apresentação exaustiva sobre a evolução da tecnologia na história da humanidade e reflectiu sobre a urgência do desenvolvimento tecnológico presente e futuro dos algoritmos acima mencionados.
O simpósio contou também com a presença da antiga Ministra dos Negócios Estrangeiros, Ana Palacio, bem como do Presidente da Microsoft, Brad Smith, do Vice-Presidente Global da IBM, Darío Gil, do Economista Chefe da FAO, Máximo Torero Cullen, entre outros.
No final da reunião, o Presidente da Academia Pontifícia para a Vida do Vaticano, o Arcebispo Vincenzo Paglia, o Rabino Chefe Eliezer Simha Weisz, membro do Conselho do Rabinato Chefe de Israel, e o Xeque Abdallah bin Bayyah, Presidente do Fórum para a Paz de Abu Dhabi e do Conselho dos Emirados pela Sharia Fatwa, assinaram um documento para desenvolver uma Inteligência Artificial governada pela ética.
A declaração apela a um quadro “para regular e referir uma ética digital”, uma ética que deve promover a utilização da tecnologia “em benefício da humanidade e do ambiente”. O documento – que foi elaborado há dois anos pela Pontifícia Academia para a Vida – especifica seis princípios básicos que devem reger a Inteligência Artificial com base em critérios éticos.
Fonte: (EUROPA PRESS)