BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça (12) uma operação contra supostas ilegalidades na aquisição de coletes balísticos pelo governo brasileiro no ano de 2018, durante a intervenção federal no Rio de Janeiro.
São 16 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. O general Walter Braga Netto, na época interventor, teve o sigilo telemático quebrado pela Justiça. Ele estava à frente do Comando Militar do Leste e foi designado pelo então presidente Michel Temer. Ele não é alvo das buscas.
Braga Netto foi candidato a vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Ambos são do PL.
De acordo com nota divulgada pela PF, a investigação busca apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando da contratação de empresa norte-americana para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço no ano de 2018.
A compra foi formalizada pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro em dezembro daquele ano, após a dispensa de licitação, no valor de US$ 9,4 milhões.
O pagamento, segundo informações do inquérito, foi efetivado no dia 23 de janeiro de 2019, no valor de R$ 35,9 milhões. O contrato foi posteriormente suspendo por determinação do Tribunal de Contas da União, e o valor estornado no dia 24 de setembro.
A PF informou ainda que a apuração começou com a cooperação internacional da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations HSI) dos Estados Unidos.
“A autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, na qual a referida empresa ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano”, afirmou a polícia.