O Rio Grande do Sul ainda sofre com as consequências das devastadoras tempestades que atingiram o estado nos últimos dias. Apesar de a água começar a baixar em algumas cidades do interior, o lago Guaíba segue subindo na capital, Porto Alegre, em uma cheia jamais vista antes na história do estado.
Para este domingo (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve retornar ao Rio Grande do Sulpara acompanhar de perto os estragos e discutir novas medidas de apoio com o governador, Eduardo Leite (PSDB). No sábado (4), Leite disse que o estado precisaria de um novo “Plano Marshall” para se reerguer das consequências.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, também acompanharão o presidente Lula. A saída da Base Aérea de Brasília está marcada para as 8h deste domingo.
Segundo o último balanço da Defesa Civil do estado, são 55 mortes em decorrências das fortes chuvas. Outras sete mortes estão em investigação para saber se há relação com os eventos meteorológicos. Ainda segundo o boletim, 107 pessoas ficaram feridas. 74 estão desaparecidas.
O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, deve ficar acima dos 5 metros durante 2 ou 3 dias, conforme informou o hidrólogo da Sala de Situação do Estado, Pedro Camargo, em transmissão ao vivo com o Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), neste sábado (4). Segundo o Camargo, o Guaíba vai continuar elevando seu nível, agora um pouco mais devagar, até estabilizar.
Ás 20h19 de sábado, o nível do Guaíba chegou a 5,22 metros. O recorde anterior era de 4,76 metros, registrado em 1941.
A Defesa Civil, inclusive, divulgou um novo mapa de áreas afetadas.
Áreas mais altas não serão afetadas com a mesma intensidade do que as mais baixas.Quem mora em áreas mais baixas deve buscar abrigo em locais seguros, longe da zona vermelha do mapa.
Desabastecimento de água
Na Grande Porto Alegre, mais duas cidades ficaram totalmente desabastecidas de água: Guaíba e Eldorado do Sul. A informação consta em um boletim da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que atende pouco mais da metade da população gaúcha, da tarde deste sábado (4).
Nas cidades no entorno de Porto Alegre, apenas a estação de tratamento de água de Gravataí, a segunda cidade-satélite mais populosa da região, segue operando. Ainda assim, apenas 55% dos imóveis estão com fornecimento pela empresa operando.
Em Canoas, a principal cidade-satélite da região, onde um hospital alagou e geradores colapsaram, obrigando a transferência de pacientes, o desabastecimento é de 100%.
Outras cidades com fornecimento interrompido são Alvorada, Cachoeirinha, Esteio, Sapucaia do Sul e Viamão. Todas formam parte da regional Metropolitana da Corsan – a metrópole Porto Alegre tem órgão próprio.
Baratas invadem centro de Porto Alegre
Imagem de baratas “escapando” dos alagamentos da cheia do Guaíba em Porto Alegre viralizaram nas redes sociais / Reprodução/Redes Sociais
Após o alagamento do centro histórico de Porto Alegre, devido à cheia do lago Guaíba, moradores da capital gaúcha têm relatado o aparecimento de baratas em ruas da região.
Os insetos estão saindo de bueiros e tomando as ruas e paredes dos imóveis.
Loja da Havan em Lajeado
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o começo da semana deixaram a unidade da loja da Havan, da cidade de Lajeado, coberta pela água. As imagens ganharam repercussão pela magnitude. Nesta sexta-feira (3), a própria rede de lojas publicou nas redes sociais como ficou a estrutura após as águas baixarem.CNN