Os estímulos à importação de arroz que estão sendo implementados pelo governo brasileiro podem desestimular produtores do Rio Grande do Sul a semear a próxima safra (2024/25) e gerar um problema futuro na oferta, afirmaram integrantes da federação dos agricultores do Estado nesta segunda-feira.
Segundo os representantes dos produtores rurais gaúchos, o programa do governo federal que destina mais de R$ 7 bilhões para apoiar a compra de arroz importado, para depois a estatal Conab vendê-lo ao varejo com exigência de preços controlados, é a “maior intervenção” no mercado desde o início do Plano Real, há 30 anos, que já se mostrou ineficaz no passado.
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Em entrevista para comentar os impactos das enchentes para o Rio Grande do Sul, Estado que responde por cerca de 70% da produção de arroz no país, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, lembrou que o Estado havia colhido grande parte de sua produção de arroz antes das inundações.
Assim, ele considerou o apoio estatal a importações como “desnecessário”, afirmando que há oferta interna suficiente, e ainda qualificou de “tresloucada” a medida que autoriza compras de até 1 milhão de toneladas de arroz importado.
“O ministro parece que se preocupou muito com a importação de arroz, não com salvar os produtores do Rio Grande do Sul”, afirmou Pereira, mencionando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Na terça-feira, Fávaro vai instalar um gabinete itinerante da pasta no Estado.