Mísseis ucranianos atingiram uma das poucas pontes ligando a Península da Crimeia ao continente ucraniano no início desta quinta-feira, cortando uma das principais rotas de abastecimento para as forças de ocupação russas no sul da Ucrânia enquanto Kiev tenta expulsá-las.
Vladimir Saldo, chefe da administração instalada pela Rússia nas partes ocupadas da província ucraniana de Kherson, divulgou um vídeo de si mesmo na ponte rodoviária de Chonhar, onde crateras foram abertas no asfalto.
Ele ameaçou retaliar mirando em uma ponte que liga a vizinha Moldávia à Romênia, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): “Uma resposta muito séria está chegando muito em breve”.
A ponte Chonhar atingida durante a noite é uma das poucas estradas de acesso à Crimeia, que está ligada ao continente ucraniano por um estreito istmo.
Rotas alternativas exigem desvios de horas em estradas em más condições. De acordo com a agência de notícias russa RIA, autoridades de transporte russas instaladas na Crimeia disseram que o reparo pode levar semanas.
A ponte está fora do alcance dos foguetes de campo de batalha que a Ucrânia usa há um ano, mas ao alcance de armas recém-implantadas, como mísseis de cruzeiro britânicos e franceses, permitindo que Kiev atinja rotas logísticas que a Rússia considerava seguras semanas atrás.
O ataque foi “um golpe na logística militar dos ocupantes”, disse Yuriy Sobolevsky, representante ucraniano do órgão governamental da região de Kherson.
“O impacto psicológico nos ocupantes e na força ocupante é ainda mais importante. Não há lugar no território da região de Kherson onde eles possam se sentir seguros”, declarou ele.
Investigadores russos disseram que quatro mísseis foram disparados por forças ucranianas na ponte, informou a agência de notícias RIA. Um porta-voz dos investigadores militares afirmou à agência que marcas encontradas nos restos de um dos mísseis sugerem que ele foi feito na França.
A Ucrânia está atacando as linhas de abastecimento russas para abalar a defesa de Moscou do território ocupado no sul, onde Kiev está nos estágios iniciais de sua contraofensiva mais ambiciosa da guerra.
Kiev diz ter recapturado oito vilarejos até agora, mas ainda não mobilizou o grosso de suas forças para a luta e suas tropas avançadas ainda não alcançaram as principais linhas defensivas russas.
Em sua última atualização sobre os combates, os militares da Ucrânia relataram “sucesso parcial” no sudeste e no leste.Por Tom Balmforth – Ontem 09:36