O Tribunal de Apelação de Paris condenou nesta 4ª feira (17.mai.2023) o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, 68 anos, a 3 anos de prisão por corrupção e tráfico de influência. A condenação de um ex-presidente é inédita no país. Sarkozy governou a França de 2007 a 2012.
A decisão confirma o que foi determinado em 1ª instância, em março de 2021. Sarkozy deverá cumprir apenas 1 ano de pena. Ele ficará em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. O político conservador também perdeu seus direitos políticos por 3 anos.
ENTENDA O CASO
Por meio de escutas telefônicas, investigadores descobriram que Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, negociaram a ajuda do então procurador do Tribunal de Cassação Gilbert Azibert em um processo. Em contrapartida, ofereceriam a ele um alto cargo em Mônaco.
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Azibert ficaria responsável por anular uma ordem de apreensão de diários presidenciais, determinada na investigação de abuso da fragilidade da herdeira do grupo L’Oréal, Liliane Bettencourt.
As escutas telefônicas estavam em curso para a apuração de irregularidades no financiamento da campanha eleitoral de Sarkozy em 2007, a qual se elegeu presidente.
No caso, o Ministério Público da França pediu o julgamento do ex-presidente e de outras 12 pessoas por suspeitas de que a campanha teria sido parcialmente financiada pelo então regime da Líbia, liderado por Muammar Khaddafi.
Ao final da audiência desta 4ª feira (17.mai), a advogada do ex-presidente, Jacqueline Laffont, classificou a decisão como “espantosa”. Antes, ela afirmou que a acusação usou o processo para “fazer política”, além de as provas terem sido construídas por meio de escutas telefônicas ilegais.
“Nicolas Sarkozy é inocente das acusações contra ele. Iremos até o fim do processo legal”, disse Laffont a jornalistas.
Herzog e Azibert também foram condenados a 3 anos de prisão e perderam seus direitos civis pelo mesmo período.PODER360 – Há 2 h