A balança comercial brasileira encerrou setembro de 2024 com um superávit de US$ 5,4 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar do saldo positivo, o resultado representa uma queda de 41,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o superávit foi significativamente maior.
No entanto, o superávit registrado em setembro superou as expectativas do mercado, que previa um saldo positivo de US$ 4,7 bilhões. Esse resultado foi impulsionado por US$ 28,8 bilhões em exportações, com destaque para produtos como café, carnes, açúcar e celulose. Em contrapartida, houve uma alta de 20% nas importações, que somaram US$ 23,4 bilhões, com crescimento expressivo na compra de adubos, fertilizantes e medicamentos.
O governo também revisou para baixo suas projeções para o fechamento do ano. Inicialmente, esperava-se um superávit anual de US$ 79,2 bilhões, mas essa estimativa foi reduzida para US$ 70,4 bilhões. Essa queda nas previsões reflete a diminuição nos preços de exportação e a redução da demanda mundial. Se confirmada, a nova projeção será 28,9% inferior ao superávit registrado em 2023, que foi de US$ 98,9 bilhões.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2024, o Brasil atingiu um superávit de US$ 59,1 bilhões, valor 17,4% menor que o mesmo período do ano passado. A expectativa do governo é que as exportações somem US$ 335,7 bilhões até o final do ano, um recuo em relação aos US$ 345,4 bilhões estimados anteriormente.
Esse cenário aponta para uma combinação de fatores, como a queda nos preços de commodities como petróleo, minério de ferro, soja e milho, e a desaceleração na demanda global, o que impacta diretamente o desempenho da balança comercial brasileira.
Por: Redação da Gazeta