Ministério da Justiça determinou criação de forças-tarefas para investigar violações ao código de obras. Cinco dias após o terremoto, luto da população começa a dar lugar à raiva e aumenta pressão sobre governo.
O governo turco começou a prender empreiteiros em todo o país acusados de terem feito projetos e construções de má qualidade que teriam contribuído para a queda de edifícios durante o terremoto que atingiu o país e a vizinha Síria na segunda-feira (06/02).
O Ministério da Justiça determinou aos procuradores das dez províncias do país afetadas pelo tremores que criem forças-tarefas para investigar possíveis crimes relacionados ao grande número de vítimas fatais, que superou neste sábado 25 mil.
Entre esses possíveis crimes, está o desrespeito ao código de obras turco, que já havia sido reformado após um terremoto em 1999 para evitar a queda de prédios em caso de tremores.
A iniciativa é uma forma de o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan tentar reagir à crescente pressão da população pelas consequências do terremoto e pela resposta lenta à crise humanitária que se desdobra em diversas cidades.
Muitos turcos têm expressado críticas a empreiteiros que teriam reduzido a segurança de edifícios para ampliar seus lucros, e ao governo por supostamente anistiar empreiteiros que construíram prédios em desacordo com o código de obras.
Um dos presos em Ganziantep é Mehmet Ertan Akay, responsável pela construção de um complexo de edifícios que caiu, acusado de homicídio culposo e violação do código de obras, segundo informou uma agência de notícias turca.
Prisões e mandados contra mais de 100 pessoas
Nas províncias de Ganziantep e Sanliurfa, pelo menos 12 pessoas – em sua maioria empreiteiros – foram presos acusadas de negligência na construção de edifícios que colapsaram.