Xavier Neto é um profissional de sucesso e com nome de destaque no mercado da moda, com mais de 20 anos de experiência no ramo de varejo, atacado e compras em diversas empresas nacionais e internacionais, como Clube Chocolate e Salão Casa Moda. Atualmente, com uma carreira consolidada, ocupa a posição de diretor do Grupo Casa Moda.
O jornal da Gazeta , mostra com exclusividade um pouco da trajetória do talentoso Xavier Neto.
(Jornal da Gazeta)- Xavier, nos conte um pouco da sua história?
Entrei na moda por acaso, fazia Química Industrial na PUC de Recife-PE e fui chamado para fazer um trabalho temporário em uma empresa de varejo com sede no Rio de Janeiro-RJ, onde permaneci por 15 anos. Durante este período tive a oportunidade de atuar em diversos cargos, onde adquiri considerável experiência no varejo, compras nacional e internacional, branding, até chegar no atacado.
(Jornal da Gazeta)- De acordo com o Relatório Varejo 2022,o Setor da moda foi um dos mais afetados pela pandemia da Covid-19 e precisou se digitalizar para sobreviver ao período. Neste momento como você vê o cenário econômico da Moda no Brasil ?*
Bom, quando aconteceu eu já dava consultoria de compras. Ajudei milhares de donas de multimarcas a sobreviverem nesse momento. Tive que adentrar nos detalhes da operação, como na negociação dos aluguéis de shopping, como elas tinham que trocar o mix de produtos e até mesmo como deveriam se comunicar.
Estreitei muito o laço com essas mulheres que sempre me deram apoio, achei que estava na hora de retribuir.
A pessoa tem que ir na sua loja? Não, você tem que bater o seu objetivo independente de onde você está. Você pode estar em todos os lugares, depende de como você se comunica e da sua potencia em fazer isso, digitalmente, para que mais pessoas te ouçam e consumam aquilo que você quer, porque elas também querem.
(Jornal da Gazeta)- O comércio de moda foi o que melhor se adaptou ao e-commerce, sendo responsável por 19,6% de todos os pedidos feitos online, deixando o Brasil em 9º lugar no ranking dos países que mais gastam com a categoria. Neste contexto, a tecnologia se fortaleceu como um fator decisivo para o consumidor durante toda a jornada de compra. Gostaríamos de saber, qual sua expectativa quanto ao impacto da tecnologia no mundo da moda para os próximos anos?
Eu acho que estamos falando muito sobre metaverso, mas é algo ainda distante, inclusive foi um dos temas do Salão CasaModa, a edição chamava Metaverso, onde a gente queria trazer um pouco mais esse tema, mas ele foi atropelado pela inteligência artificial.
É uma forma de buscarmos informação de forma tecnológica. São muitos dados que você precisa pegar para que você consiga melhorar. O sucesso de uma empresa de moda, por exemplo, é muito mais da compra assertiva do que sobre tendência de moda. É a junção da parte financeira e a parte de pesquisa sobre o que vai ser desejo de compra nos próximos meses e no próximo ano, isto é, organização e planejamento. Acho que a tecnologia dá velocidade e mais dados para que você consiga ser mais preciso nas suas decisões.
(Jornal da Gazeta)- O mercado da moda mudou muito com o passar dos anos, especialmente após a pandemia. Hoje, uma grande parcela dos clientes buscam por empresas mais sustentáveis e tecnológicas. Com essa mudança e considerando um mercado tão competitivo, o que você destacaria como um diferencial a ser explorado pelas marcas de moda, para que obtenham maior visibilidade e resultado?*
É preciso ser autoral. As grandes lojas de departamento de varejo brasileiras, estão melhorando a matéria prima, fabricação e tendo o cuidado de começar a impactar menos, usando pilares de sustentabilidade. Então eles vão ter um nível bom de produto, mas eles vão correr para os básicos. Uma marca deve buscar algo que não seja competir com esses grandes varejistas que tem volumes absurdos. Então quanto mais diferente e original você for, será melhor.
Esse é o caminho que as marcas teriam que seguir, principalmente se for uma marca que estiver nascendo agora, com certeza teria como um dos seus pilares a sustentabilidade, porque não há espaço no mercado para uma marca nascer e não pensar sobre isso, porque no médio e longo prazo as pessoas vão querer algo que seja bonito, mas se puder impactar menos no meio ambiente, é melhor e cada vez mais isso vai ser cobrado. Então como marca, primeiro queira ser autoral, pense em como impactar menos, usar trabalho artesanal e levar trabalho para o máximo de pessoas e inclusive capacitando-as.
Acho que isso vai fazer muita diferença.
(Jornal da Gazeta)- Qual o conselho você daria para quem deseja criar a sua própria marca de roupa ?
Primeiro encontrar um nome que as pessoas saibam falar com facilidade, memorize rápido e ter um fio condutor que tem a ver com você. Não queira copiar, você deve olhar para várias empresas existentes como referência, achar o seu próprio caminho e querer ser relevante.
Olhe cinco vezes o mesmo produto em vez de fazer dez produtos diferentes. Ame o que faz, isto transforma e toca na alma de quem está ali comprando, e faz toda a diferença.
(Jornal da Gazeta)- Xavier, para finalizar, uma pergunta mais filosófica e pessoal, o que representa a Moda para você
Tive a oportunidade de morar em alguns lugares e visitar muitos outros, acho que cada vez mais a moda é o reflexo do momento político, econômico, social que a gente vive.
Olhamos o que as pessoas estão usando em outros países, mas no fundo a gente tem um clima específico e uma realidade singular. A gente vai querer se uniformizar menos e contar mais as nossas próprias verdades através da nossa indumentária, moda é um manifesto real e faz parte da vida das pessoas.
Contato: (11)97019-8509
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Fotografa: Giovanna Shirassu
@giovannashirassu
Por: Suzi Freitas