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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu nesta quarta-feira (21/12) na Casa Branca o líder ucraniano Volodimir Zelenski, em uma forte demonstração de unidade e apoio frente às agressões da Rússia.
“Continuaremos a reforçar a habilidade ucraniana de defender a si mesma, particularmente, na defesa aérea”, disse Biden ao lado de Zelenski no Salão Oval. Segundo afirmou, o presidente russo, Vladimir Putin, estaria “tentando usar o inverno como arma, mas o povo ucraniano continua a inspirar o mundo”.
“Digo isso com sinceridade, [o povo ucraniano] não apenas nos inspira, mas também a todo o mundo com sua coragem e pelo modo como escolheram a resiliência e determinação em prol de seu futuro”
O ucraniano, por sua vez, agradeceu Biden pelo “enorme apoio e liderança através da Europa”. “Acho muito difícil compreender o que significa quando dizemos que estamos agradecidos, mas vocês devem sentir isso”, afirmou.
Zelenski presenteou Biden com uma medalha do mérito militar que seria entregue a um capitão ucraniano, um “herói verdadeiro”, segundo afirmou, que opera sistemas de defesa Himars nas frentes de batalha. “Ele é muito corajoso, e pediu que eu entregasse [a honraria] ao corajoso presidente”, afirmou.
Ele viajou para Washington após uma visita arriscada à frente de batalha em Bakhmut, onde os dois lados sofreram enormes perdas em constantes bombardeios e trocas de tiros nos últimos dois meses.
Durante sua permanência em Washington, o líder ucraniano fará um pronunciamento ao Congresso americano.
“Ucrânia jamais ficará sozinha”
Mais tarde, os dois líderes realizaram uma conferência de imprensa conjunta, na qual Biden assegurou que a Ucrânia jamais ficará sozinha e ressaltou que o país “luta por algo muito maior”.
“Não se preocupe, presidente, estaremos com a Ucrânia enquanto a Ucrânia existir”, disse o americano ao colega. “Juntos, não tenho dúvidas de que manteremos luminosa a chama da liberdade e essa luz continuará a prevalecer sobre as trevas.”
Zelenski presenteou Biden com medalha do mérito militar que seria entregue a um capitão ucraniano, que pediu que fosse dada ao © Brendan Smialowski/AFP
Zelenski deixou claro que obter somente a paz após o fim da guerra significaria fazer concessões em relação à integridade territorial da Ucrânia. “Para mim, como presidente, só a paz não assegura a soberania, a liberdade e a integridade territorial de meu país”, afirmou.
O ucraniano disse que os sistemas de defesa aérea Patriot, que serão enviados pelos EUA, serão de grande importância para a criação de um escudo antiaéreo. “Essa é a única maneira através da qual poderemos privar o Estado terrorista de seu maior instrumento de terror, a possibilidade de atingir nossas cidades, nossa energia.”
Lembranças de Churchill
Parlamentares americanos compararam visita de Zelenski, pouco antes do Natal, com a presença do ex-premiê britânico Winston Churchill no Capitólio, em dezembro de 1941, dias após o ataque japonês à base americana de Pearl Harbour, que levou os EUA a entrarem na Segunda Guerra Mundial.
“É particularmente tocante para mim estar presente quando outro líder heroico falar ao Congresso em tempos de guerra, com a própria democracia ameaçada”, disse a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.
Pouco antes da chegada de Zelenski, os EUA anunciaram o envio adicional de ajuda militar à Ucrânia no valor de 1,85 bilhão de dólares (R$ 9,8 bilhões de reais).
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que o pacote inclui pela primeira vez os sistemas de defesa aérea Patriot, que possuem alcance maior do que os utilizados pelas forças ucranianas até o momento.
O planejamento da visita de Zelenski foi feito com discrição, depois de a ideia surgir em uma conversa telefônica entre os dois líderes em 11 de dezembro. Na semana seguinte, a Casa Branca enviou um convite formal e Kiev confirmou a viagem no último domingo.
O ucraniano viajou em uma aeronave do governo americano. Portais de internet qde rsatreamento de voos afirmam que ele decolou de Rzeszow, na Polônia, uma cidade próxima à fronteira com a Ucrânia.
rc (AFP, AP)
dw.com – Ontem 20:18